Facebook vai mudar por causa do Twitter

Como um quarentão a caminho da calvície que imita o estilo de um jovem formador de opiniões para se manter na moda, o Facebook está se reformulando de forma a ficar bem mais parecido com o Twitter.

Ao contrário do Facebook, que consiste de redes de amigos que se formam para permitir que cada qual acompanhe a vida online dos demais, o Twitter permite que seus usuários criem posts e links acessíveis por todos os interessados.

Isso faz do Twitter um recurso que permite ler a mente coletiva dos usuários e descobrir sobre o que as pessoas estão falando, em tempo real. Também é uma ferramenta de negócios que permite acesso a clientes e que as empresas leiam o que os consumidores têm a dizer sobre elas.


O Facebook parece bastante interessado nesses recursos. Desde o final do ano passado, quando a empresa tentou sem sucesso adquirir o Twitter, ela vem aos poucos lançando diversos recursos que imitam o que o Twitter oferece.

Na semana passada, o Facebook acrescentou dois novos recursos em estilo Twitter: os usuários agora podem "rotular" amigos ou empresas que mencionam em suas atualizações, e podem utilizar uma versão simplificada do site, o Facebook Lite, que opera em forma de corrente de atualizações de status, como o Twitter.

Meredith Chin, porta-voz do Facebook, não atribuiu grande importância às mudanças. "Temos modificado o nosso produto, ao longo do tempo, de maneira a refletir a rápida evolução das maneiras pelas quais as pessoas trocam informações online", ela disse.

Mas há quem veja outras forças em ação. "Inveja do Twitter: o Facebook sofre disso, com certeza", disse Jeremy Owyang, consultor de mídia social no Altimeter Group, que assessora empresas quanto ao uso de novas tecnologias. "O Facebook reconhece claramente que o Twitter representa ameaça, e está fazendo tudo que pode para reproduzir seus recursos antes que o Twitter conquiste adesão ainda mais ampla".

Para rotular um membro do Facebook em uma atualização de status, os usuários digitam o símbolo @ antes do nome da pessoa. O uso do símbolo @ para esse fim é uma convenção que surgiu entre os usuários do Twitter. Em resposta à tendência, o Twitter criou uma seção em seu site na qual as pessoas podem ver quaisquer tweets que as mencionem. As menções consistem de links, que quando clicados conduzem os interessados à página de perfil do usuário mencionado.

Andrew Huang, gerente de produto do Facebook, disse que isso "é um mecanismo comum da Internet", e que antecipa que os membros do Facebook o utilizem mais para fins narrativos do que é o caso no Twitter.

O Facebook há muito permite que as pessoas usem esse recurso em fotos mas até agora isso não era possível em atualizações de status. Quando as pessoas são rotuladas dessa maneira, recebem notificação por e-mail, a atualização é exibida em suas páginas pessoas e seus nomes servem como links para suas páginas.

Huang, que desenvolveu o novo recurso, disse que isso permitirá que os usuários "conversem sobre suas conexões no mundo real" e "interajam mais uns com os outros". Também permitirá que muitas pessoas e empresas monitorem o que outros dizem a seu respeito no site, uma tarefa muito mais difícil anteriormente, e um dos pontos chaves de atração do Twitter para os usuários empresariais.

A adoção por empresas é uma oportunidade de geração de receita para ambas as companhias. O Twitter, que ainda não conta com quaisquer fontes significativas de receita, anunciou que este ano vai lançar recursos que ajudem os usuários empresariais a interagir com clientes. O Facebook oferece páginas empresariais especiais e a opção de comprar anúncios a serem exibidos a usuários que gostam de empresas semelhantes.

A Luna Park, uma cadeia de três restaurantes em San Francisco e Los Angeles, emprega tanto o Facebook quanto o Twitter para realizar promoções. Chuck Meyer, gerente geral do Luna Park em San Francisco, afirma que o Facebook é mais útil porque o restaurante pode postar fotos e resenhas mais longas. Mas os clientes usam mais o Twitter, porque o consideram um lugar para acompanhar empresas, enquanto veem o Facebook como forma de se comunicar com amigos. O Luna Park tem 1.580 amigos no Facebook e 2.350 seguidores no Twitter.

Meyer está satisfeito por o Facebook ter adotado o sistema de rotulagem do Twitter, porque quando as pessoas mencionam o Luna Park seus amigos poderão visitar o site do restaurante com um só click, e a empresa receberá um alerta sobre essa visita.

O novo recurso também permitirá atrair pessoas ao site por meio de notificações por e-mail de que foram rotuladas.

"Muitas empresas invejam o Twitter porque as pessoas passam muito mais tempo lá, e o novo recurso permite que o Facebook faça a mesma coisa ¿oferece ao site uma nova oportunidade de atrair as pessoas a novas visitas", diz Jason Keath, consultor de mídia social em Charlotte, Carolina do Norte.

O segundo novo recurso, o Facebook Lite, serve a pessoas com conexões de Internet lentas ou a novos usuários que desejam uma introdução aos recursos centrais do site, diz Chin. Mas também pode atrair usuários veteranos do Facebook que apreciam a simplicidade do Twitter.

O Facebook Lite é essencialmente uma sequência de atualizações, como o Twitter. Inclui fotos e comentários, algo que o Twitter não oferece, mas elimina as demais distrações que desviam a atenção dos usuários nas páginas pessoais comuns do Facebook.

O Facebook já tinha promovido outras mudanças ao modo do Twitter. Em março, alterou as páginas pessoais dos usuários de forma a mostrar todas as atualizações de seus amigos em tempo real, em lugar de apenas algumas atualizações selecionadas por um algoritmo. E no mês passado, o Facebook permitiu que marcas e celebridades enviassem atualizações de status diretamente ao Twitter, sem visitar o site do Twitter. Os usuários do Twitter podem enviar tweets ao Facebook.

O Twitter alega que é uma satisfação para o site dividir usuários com o Facebook. "O Twitter continua a reduzir a fricção entre diferentes serviços", disse Biz Stone, um dos co-fundadores da empresa. "Nossos serviços são complementares para as redes de telefonia móvel, redes sociais, serviços de busca, plataformas de software, redes de televisão e talvez também para algumas outras áreas sobre as quais ainda nem pensamos".

Não importa quantos recursos venham a compartilhar, é improvável que o Facebook torne o Twitter inútil para os usuários ¿e vice-versa, diz Keath. "Não creio que a distinção entre eles desaparecerá em curto prazo. O Facebook encontrará alguns aspectos nos quais é capaz de competir com ou até superar o Twitter, mas em termos gerais cada um desses sites está seguro em seu nicho".

Fonte: Terra


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